domingo, 8 de novembro de 2009

Ela, sonhando:

Existe um mundo comprido, sonoro, suave. Um mundo onde os pássaros se lançam em longo vôo, conhecendo o fim do caminho e buscando incansavelmente o outro lado. Naquele lugar - ora sombra, ora cor - mora o mais profundo sonho. O que provoca o despertar, bocejar, levantar de todas as manhãs. Não o sonho que dorme, mas aquele que abre, ainda que doloridamente, nossas asas. E provoca arrebatamento. Ah, que lindas vozes têm o sonho... e que calor intenso! Ali, naquele espaço de tempo onde mora o sonho mais profundo, nós nos perdemos. E, tendo perdido, nos tornamos mais.

Existe um mundo comprido, de onde ninguém precisa ser salvo.
O único mistério é descobrir a entrada.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Então baixou a pressa. Não tinha mais um dia a perder, pois embora fosse muito cedo, começou a suspeitar que era também desesperadamente tarde demais.

domingo, 1 de novembro de 2009

Falsa baiana


Baiana que entra no samba e só fica parada
Não canta, não samba, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca.
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
E deixa a moçada com água na boca.
A falsa baiana quando entra no samba ninguém se incomoda
Ninguém bate palma, ninguém abre a roda
Ninguém grita "ôba, salve a Bahia, Senhor!"
Mas a gente gosta quando uma baiana quebra direitinho
De cima embaixo revira os olhinhos
E diz "eu sou filha de São Salvador!"

pensando na Bahia... 
ah, a Bahia...