Ansiosos, caminhamos pela praça. As mãos caídas ao redor do corpo, desejando movimentos largos, mas sem perceber por onde começar. É tudo dramático e prevísivel.
- Tu sabes?
- Entendi no primeiro instante daquele sorriso. Que mistério se apresentou.
- E o silêncio, nunca o constrangeu?
- A princípio sim, mas às vezes precisamos do sonho para que o desejo se torne palpável.
- Que pretendes, então?
- Agora, que tudo foi dito em voz alta? Continuar sob os trilhos, esperando o momento de tocá-los. Ainda não consigo lidar com o real.
- Mas e tua cautela, não te fará perdê-la?
- Mas como, se nunca foi minha?
De repente enxergo adiante. Aquele horizonte, tocando o mar, à espera do que não foi dito. E as ondas vêm em sussurro contar um segredo maior que o mundo: ela é minha. Minha.
Um comentário:
Thá, que sensibilidade!
São suas?
Xeros!
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